quinta-feira, 24 de junho de 2010

Veneno de sogra


Francisco Vargas

Um comentário:

  1. Eu no verão, eu canto lá na praia
    E no inverno, eu caio na farra
    A minha sogra é muito fofoqueira
    Lá no meu rancho tá preta minha barra
    Ela diz que eu tenho é que pegar no pique
    E tocou-lhe fogo na minha guitarra
    Eu qualquer dia arrebento a maneia
    E saio a campo fora espalhando as garras
    Por viver de trova e de cantoria
    Ela me apelidou de Francisco cigarra

    Casa que eu moro é da minha sogra
    A minha mulher é dela também
    Tapei a bucha e fiquei quietinho
    E me xingar direito ela não tem
    Morar com sogra nem o diabo gosta
    Mas eu não posso me mudar também
    Ela diz que morre e não me deixa nada
    Vai dar pra filha tudo que ela tem
    Mas, casar é legal, e ela que é biruta
    Se a mulher é rica, eu sou rico também.

    Já descobri, vou dar um jeito na velha
    Eu inventei o jeito que eu vou dar
    Eu vou dizer que no inferno é bom
    Que eu já falei com quem morou por lá
    Eu vou mentir que o diabo é estancieiro
    E que é solteiro e quer se casar,
    Lá tudo é rico e ninguém trabalha,
    A gente enriquece assim sem trabalhar....
    E a velha é ambiciosa e se leva a breca
    E eu iludo a bruxa até ela se matar

    Depois de morta pode ir até pro céu
    Que eu fico na terra com o dinheiro dela
    De dez em dez anos eu rezo uma missa
    E nos finados eu acendo uma vela
    A esportiva que eu posso ganhar
    É me livrando dessa tagarela
    Daí então eu começo a estudar
    Pra quando morrer dar uma de vivo nela
    Se ela ir pro céu eu largo pro inferno
    Só para não ter de me encontrar com ela.

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